quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Diálogo: Alto Indo


Salve os Três Magos do Oriente!

Brahma-Vishnu-Shiva
Parvati
Krisna
Arjuna
Thot
Tat, seu filho.

Thot ingressa em peregrinação lado a Tat, em direção ao Indo, desejoso de indicar para seu filho o mistério do Um, a dualidade [perspectiva e vontade], como o um angula em três, não deixando de ser o que é, potencia as quatro, as sete e as nove ordens de coisas, além da década [conjunto envolvente inclusivo], toda a região do não e a não coisa…
Nas proximidades de uma grande montanha, antes de tudo, haviam de encontrar Parvati, que antevendo a chegada dos cientistas do sudoeste estava pronta a levá-los a ter com Krisna e Arjuna que debatiam a luz do palco sobre a batalha do espírito.
- Veja filho, a moça a saudar-nos. Apresenta-se ela como intérprete e pretende nos levar a ter com guerreiros admiráveis.
- Ela é formosa e jovem, assim como se afigura a ciência. Resta-nos saber se é doce como a arte - diz Tat.
- O elefante hindu saúda a egípcia ave íbis. Tenho como certo que vieste aos sábios, e como entre nós, dois deles se desdobram ainda em guerreiros formidáveis; mostrar-vos-ei, os campeões divinos que se ocupam da verdade segundo a medida eterna e a dos homens.
- Mas, dizei-nos, tão somente coisas agradabilíssimas e concordantes com o nosso anelo no maior grau - diz Thot.
- Então, sem demora venham comigo e teremos prazer em entregar-nos ao diálogo e a busca - convida Parvati.
- O que estava à procura já se pôs a caminho. Acompanhe-nos, Tat e feche a boca, se por estupefação não falas, ao menos não simule os teus lábios dizer aquilo de que não podeis escapar. E nem te permitiria.
             Seguiram Parvati serpeando à beira do rio até a proximidade da encosta que ladeia a árvore bodhi, a mesma em que sob cuja sombra séculos mais tarde o príncipe Sidharta repousara. Ali se detinham Arjuna e Krisna, o primeiro atirando flechas à lua, pois era fim de noite e já despontaria o sol do novo dia. Ao apercebem-se da comitiva que vinha em sua direção, voltaram-se se apressando em cumprimentar os forasteiros.
- Namastê - disse Krisna.
- O Olho de Hórus saúda-o desde as margens do Nilo. Seja o Ganges próspero pelas sucessivas gerações.
- O que o vento do oeste nos prepara? Viestes pelo vosso semblante em busca do raiar do dia e àquilo que o sol preconiza - disse o senhor Krishna, com ares de sumamente contente.
- Sabeis bem e o adivinhais perfeitamente - disse-lhes jubiloso Thot, o divino escriba.
E sentando-se em meia lua em torno da árvore, como era costume nesses negócios, puseram-se relaxados, cada um com sua maneira própria de sentar-se para meditar, uns ao modo oriental e outros ao modo oriental além do oriente, sem pressa e no mesmo nível, ao soalho que a imensa árvore levantava. A sua copa havia se ampliado geometricamente e e descrevia um círculo perfeito, uma lua negra em pleno sol que assaltara de súbito o véu da densa noite logo que ingressaram em agradável e acalorado debate…


06/01/2009

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